quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

ORÓS. Alunos da EP do Icó madrugam por falta de transporte adequado.

Pais de alunos oroenses cujos filhos estudam na Escola Profissionalizante de Icó relatam a dura jornada semanal que enfrentam na esperança de seus filhos terem uma educação e futuro melhor. "De segunda a sexta me acordo às 4 horas da manhã, faço o café, acordo meu filho para tomar banho e se arrumar para em seguida merendar, pegar o ônibus às 5 horas da manhã para ir à escola no Icó" - disse uma mãe.

Essa é a atual situação dos alunos da Escola Profissionalizante do Icó que moram em Orós. "Meu filho ainda sai muito sonolento. Fico preocupada porque os alunos chegam na escola por volta das 5:30 e lá só abre as 7:00hs. Antes deixavam os alunos entrarem, mas agora não abrem mais e eles ficam esperando do lado de fora até abrirem os portões. Fico com medo do que possa acontecer. Aqueles que têm condições pagam a topique para os filhos saírem mais tarde, a gente que não tem se acorda de madrugada, mas vale o sacrificio" - relatou a mãe.

O que diz a prefeitura de Orós?

A administração do prefeito reeleito Simão Pedro (PSD) que tanto fez propaganda das vagas na EP para estudantes de Orós e de ceder transporte público para o traslado dos alunos, há tempos retirou 1 dos dois ônibus que transportavam os alunos, tendo que dividir os estudantes em duas turmas: Uma saindo 5 da manhã e a outra às 6 horas.

Em reunião recente com os pais dos alunos, na sede do Sindicato Rural, apesar de ter prometido melhorias no traslado durante a campanha eleitoral, o Governo Simão anunciou que tudo iria continuar como estava, não sendo possível a Administração ceder dois ônibus para levar os estudantes, muito menos levarem todos de uma só viagem pela incapacidade do transporte.

O motivo dado pela administração municipal foi o incêndio de um ônibus escolar ocorrido na comunidade de Cabeça de Negro por populares em protesto ao fechamento da escola e posto de saúde naquela região.

Rebatendo os argumentos da Administração 

Transporte escolar sempre foi um grande problema no primeiro governo do prefeito Simão Pedro. Constantemente alunos da zona rural ficavam de mês e semanas sem aulas por falta de transporte.

A falta do ônibus incendiado certamente não é motivo para submeter os alunos da EP a essa situação de se levantarem às 4 da manhã para estudarem. Ônibus encontram-se parados na Oficina aguardando reparos há tempos.




Não falta dinheiro para transporte

Profissionais acostumados com transportes de passageiros de Orós a Icó relataram que o custo diário com combustível do ônibus é de 60 a 70 reais (ida e volta). Como o ônibus vai e volta duas vezes por dia o custo diário sai entre 120 a 140 reais. Se a prefeitura colocasse os dois ônibus para transportarem os alunos, o custo mensal seria entre 4.800 e 5.600 reais, tirando sábados e domingos, com o pagamento do motorista que girava em torno de 1.200 ano passado, a despesa total seria menos de 7 mil reais por mês.

Se você acha que o aumento dado ao prefeito, vice e secretários municipais não repercute nos serviços relevantes prestados à população, se engana redondamente. O aumento de 15% concedido pelos vereadores aos cargos políticos representa um montante de 8.300 reais (levando em conta 8 secretarias municipais), o que se a Câmara não tivesse aprovado tais aumentos daria para economizar e custear de sobra os dois ônibus para levar os alunos até a Escola Profissionalizante, possibilitando a saída de Orós depois das 6 da manhã. Só o prefeito com o aumento passou a ganhar por mês 17.250,00 brutos, para ter uma ideia desse valor o prefeito da capital São Paulo, João Doria, ganha salário líquido mensal de 17.948,00.

Outra alternativa seria pegar outro ônibus que circula somente dentro da sede Municipal. Com essa opção daria facilmente para levar todos os estudantes da EP às 6 da manhã, retornando os 2 ônibus antes das 7 horas para recolher os alunos da sede, já que Orós é bem pequeno.

Má vontade

A administração Municipal de Orós mais uma vez passa a população pra trás, com justificativas que não se sustentam quando confrontadas com a realidade. Pais e alunos da EP se sacrificam por almejarem uma melhor educação, enquanto a prefeitura faz propagandas como se tudo fosse lindo e perfeito. Por trás de tanta propaganda uma realidade difícil de encarar que fazem alunos se acordarem às 4 da manhã para estudar. Não falta dinheiro, não falta material físico e nem humano, o que falta é a administração correta dos recursos públicos e a definição de prioridades que impactam positivamente a vida dos oroenses. Mas viva o asfalto, reforma de praças e reforma de ruas. Orós está se tornando um verdadeiro sepulcro caiado: bem pintado por fora e no interior a fedentina de um corpo em estado de decomposição.

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