quinta-feira, 27 de abril de 2017

ORÓS. Secretaria de Educação responde à falta de transporte dos alunos do Sítio São José.

Ontem, 25 de abril, estive presente na Secretaria Municipal de Educação de Orós a convite da própria secretária para falar sobre a situação dos alunos do Sítio São José, assunto abordado numa matéria que publiquei aqui no Blog aos 21 dias de abril de 2017 com o título EDUCAÇÃO. Em Orós alunos ficam sem ônibus por escolherem estudar pela manhã. (clique para ler a matéria). Firmado ao compromisso de prestar a boa informação dos atos político/administrativos de Orós, venho publicar o posicionamento da Secretaria Municipal de Educação sobre o referido caso.

Em primeiro lugar, para que não se especule que minha visita ao órgão público foi uma exigência, obrigação ou intimidação pela postagem que fiz no Blog, gostaria de dizer que fui muito bem recebido pela Secretária, tivemos um bom diálogo e o propósito foi conhecer o problema a partir da perspectiva da Administração. Então vamos ao que interessa.

A secretária de Educação relatou que a razão do ônibus escolar não esperar os alunos da rede estadual da região do Sítio São José é que devido eles saírem da escola às 11:30, as crianças pequenas da Educação Infantil da rede municipal precisam ficar aguardando meia hora para voltarem às suas casas, já que as escolas do município encerram as aulas às 11:00. As crianças ficam à espera na calçada ao lado do Banco do Brasil, o que por si só já representa um grande risco pela alta probabilidade de assaltos.

Além disso, relatou também que as crianças menores ficam chorando enquanto esperam os alunos do Estado saírem. Choram com sede, choram porque querem ir ao banheiro, etc. Tal situação levou às mães dessas crianças fazerem um abaixo assinado (entregue à secretária) pedindo que o ônibus fosse deixá-las em casa às 11:00. Diante do fato, a Secretaria de Educação resolveu atender o pedido desses pais e priorizou os alunos menores, por serem mais vulneráveis, pedindo que os alunos da rede Estadual, adolescentes e mais independentes, passassem a estudar no período da tarde.

A titular da pasta da Educação reconhece que Estado dá uma contrapartida para que o município garanta o traslado de seus estudantes, porém, considera que ser este um caso excepcional e que tampouco a Administração está negando o transporte para os alunos do ensino médio, apenas priorizou as crianças da Educação Infantil por serem mais vulneráveis e que nas várias reuniões que teve com o Ministério Público disse ao promotor que a única solução seria os alunos do Estado passarem a estudar no turno da tarde, pois devido à crise, fica inviável dispor outro transporte para deixar em casa apenas esses seis alunos.

Familiares contestam versão dada pela Administração

Segundo familiares a Administração apresenta uma versão emocional apelativa, omitindo pontos importantes para se eximir do dever da concessão do ônibus escolar para os alunos da rede estadual de ensino.

De acordo com os familiares, os alunos do ensino médio não estudam pela manhã por mero capricho e opinião, há aluno(a) que já teve problema de depressão e que faz sessões periodicamente com o psicólogo à tarde e que se for obrigada a estudar nesse horário prefere desistir da escola. Existe outro(a) com problemas respiratórios que devido ao clima mais quente e seco no período da tarde pode desencadear crises ao longo do ano. Afirmam que tudo isso foi relatado em reunião com o Ministério Público.

Outro ponto questionado é o choro das crianças. Segundo os queixosos, há um grande exagero nessa afirmação pois os próprios parentes acompanhantes dos alunos no transporte relatam que não há choro como a Administração diz ter, até acontece, mas nem sempre ligado ao fato de ficarem esperando. Afirmam que do Núcleo de Educação Infantil, aquelas crianças menores, são três no total, sendo que algumas ficam nas casas de parentes.

Outro detalhe importante é o trajeto do ônibus na hora de recolher os alunos da rede municipal. No encerramento das aulas às 11:00, o ônibus vai primeiro recolher os os alunos da Escola Eliseu Batista, situada próxima à CAGECE, depois se dirige à Escola Roberto Rolim, antiga José Walfrido, onde pega uma professora, para de lá descer e recolher os alunos do Núcleo Infantil e somente após esse trajeto parar ao lado do Banco do Brasil, aguardando os alunos do Ensino Médio. A que horas você acha que chega o ônibus ao Banco do Brasil? Às onze em ponto? - questiona um dos reclamantes. Os alunos do município esperam no máximo 20 minutos, à vezes menos. Será que não dá para esperar uns 15 minutinhos? - conclui.

Foi dito ainda que durante a reunião com ambas as partes e o Ministério Público, o promotor perguntou à secretária de Educação se não tinha como a Secretaria disponibilizar um carro para fazer o traslado desses estudantes, uma vez que o Estado também entra com uma contrapartida. A resposta foi que devido ao momento de crise, o órgão não poderia efetuar esse gasto com apenas 6 (seis) alunos, pois a Secretaria está cortando gastos para tentar pagar seus funcionários. Mesmo assim os familiares do alunos do Estado afirmam que o promotor orientou que o ônibus é para continuar saindo às 11:30, levando para casa tanto os alunos do município como os da rede estadual de ensino.





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